Para iniciar minhas venturas e desventuras nesse blog postei um texto dissertativo escrito por mim em 2009 abordando a questão da formação continuada de professores. Espero que sirva como fomentador de reflexão.


Reflexão exige ação


A questão da formação continuada de professores no Brasil ainda é muito discutida, devido ao fato de ainda não ter sua merecida importância no sistema educacional brasileiro.
Muitas pessoas proferem um discurso até mesmo demagogo relacionado à necessidade de professores críticos, reflexivos, transformadores, ativos, etc., sem ao menos conhecer o perfil deste tipo de educador.
O professor crítico e reflexivo é aquele, que, antes de tudo, consegue manter alinhadas, teoria e prática, entendendo a importância de ambas para o processo da formação pedagógica. “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão critica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a prática de amanhã.” (FREIRE, 1996, p 22). Desta maneira, podemos afirmar que apenas o pensar não basta para que o professor seja realmente atuante, é necessário um processo que implica em pensar – refletir – praticar, sendo que ao chegar ao último estágio do processo o professor deve voltar ao primeiro, realizando assim um ciclo em que o educador jamais se detém apenas à reflexão ou prática separadamente. Entretanto, ao tentarmos encaixar essas idéias ao contexto educacional brasileiro, vemos que a maioria dos professres não segue esse ciclo, isto é, não buscam sua formação continuada e são evidentes as razões para esse tipo de atitude: salários baixos, condições precárias para o ensino, etc. “A formação do professor é a segunda carência apontada pelo censo. Entre profissionais do ensino fundamental e médio, 17% não têm escolaridade mínima exigida para dar aula.” (ARANHA e BUSCATO, 2008, p 71).
A realidade mostra que há uma enorme necessidade de investimentos governamentais na educação, porém essa atitude se consolidará se os próprios educadores pressionarem as autoridades responsáveis por essa atitude, e nesse contexto surge, também, o professor que além de reflexivo e crítico de sua própria prática, é, da mesma forma, transformador de sua própria realidade, conhecendo a necessidade de sua formação continuada e lutando por ela. “Um professor, que trabalha com um produto extremamente perecível como o conhecimento, tem a obrigação de estar sempre atualizado.” (LEFFA, 2001)
Educar vai muito além dos limites dos livros e da sala de aula. Educar exige comprometimento social do educador, não somente como aquele que domina o conhecimento, mas também como aquele que o mantém vivo.

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