FELIZ DIA DO PROFESSOR

sábado, 15 de outubro de 2011

Hoje é dia dos professores, e como não poderia deixar de ser, o blog PROFESSOR REFLEXIVO vem homenagear os professores brasileiros desejando que sua profissão traga muitos bons frutos, desejando também força nessa caminhada cansativa mas amorosa que somente nós, professores, conhecemos. Que jamais esqueçamos que nossa missão vai muito além de transmitir conhecimentos, nossa missão é educar e a educação transforma!!! Fica um pensamento do mestre Paulo Freire. Parabéns professores!!!

"Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda." (Paulo Freire)

A filosofia dos professores multiuso no país (Demétrio Weber e Letícia Lins)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Globo - 13/06/2011

Déficit de profissionais no ensino médio é agravado pela inclusão de novas disciplinas, como sociologia e música
BRASÍLIA e RECIFE. Professora há 22 anos e licenciada em história, a pernambucana Letícia Oliveira de Assunção Nascimento é hoje um dos muitos professores multiuso existentes no país: dá aulas não só de história, mas também de filosofia e sociologia no escola estadual Leonor Porto, em São Lourenço da Mata, a 22 quilômetros de Recife:
- Ensino também em outros colégios, e perco tempo pesquisando e estudando filosofia e sociologia, quando poderia estar planejando melhor minhas aulas de história. A qualidade do ensino cai muito.
Leis aprovadas pelo Congresso acrescentaram quatro disciplinas aos currículos do ensino médio nos últimos anos: filosofia, sociologia, música e espanhol. Mas, se já faltam professores para disciplinas tradicionais como física e química, para as novas o problema é pior ainda.
Sem professores de sociologia e filosofia, secretarias de Educação ouvidas pelo GLOBO informaram que recorrem a docentes de outras áreas, como história e pedagogia. É o que ocorre em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Há ainda contratações em regime temporário, em estados que não fizeram concursos públicos específicos.
Diretora do MEC admite déficit
A diretora de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação (MEC), Jaqueline Moll, admite que faltam professores para as novas matérias, incluindo música e espanhol. Mas defende a atuação do Congresso, afirmando que há esforço conjunto de União, estados e municípios para reverter o quadro:
- Nada em educação ocorre de um dia para o outro. As leis nascem de uma vontade, uma necessidade e vão fazendo com que a realidade seja construída.
Filosofia e sociologia são obrigatórias e devem ser oferecidas separadamente. Música, também obrigatória, foi incluída como novo componente de artes, dividindo a carga horária com artes plásticas e cênicas. Espanhol só é obrigatório em escolas, que têm de oferecê-lo. A matrícula é opcional.
A lei que torna o ensino de filosofia e sociologia obrigatório foi aprovada em 2008. O Conselho Nacional de Educação orientou que a oferta se iniciasse no 1º ano, em 2009; no 2º, em 2010; e no 3º, em 2011.
Dados do Inep, órgão do MEC, mostram que, com base no censo escolar de 2010, 84% dos alunos frequentavam escolas com filosofia na grade; em 2008, eram 49%. No caso de sociologia, o percentual estava em 80%; e, em 2008, era de 29%. Na rede estadual, o percentual em 2010 era 85% em filosofia e 82,5% em sociologia. Curiosamente, os índices de oferta das duas disciplinas eram menores na rede privada: 78% (filosofia) e 69% (sociologia).
A lei que tornou o ensino de música obrigatório foi aprovada em 2008, com prazo de três anos para implementação, e vale para toda a educação básica. Segundo o Inep, só 59% dos alunos de ensino médio tinham artes no currículo ano passado. Em tese, o percentual de turmas com ensino de música seria menor. O Inep diz também que só 41% das escolas ofereciam espanhol, obrigatório desde 2005.
Em nota, a Secretaria de Mato Grosso do Sul diz que a falta de professores atinge todo o país. A titular da pasta, Maria Nilene Badeca da Costa, é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).
Educadores divergem sobre a conveniência de novas disciplinas. Do Conselho Nacional de Educação, onde foi relator das recém-aprovadas Diretrizes Nacionais do Ensino Médio, José Fernandes de Lima critica:
- Uma coisa é o Congresso definir que determinado assunto tem de ser tratado nas escolas. Outra é dizer que temos de criar uma disciplina, o que requer profissional com licenciatura na área. Vai contra a ideia da LDB (Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional), de que as escolas precisam organizar seu projeto.
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Jaime Teixeira, considerou positiva a inclusão de filosofia e sociologia no currículo. Mas afirma que a falta de professores levou a rede sul-matogrossense a chamar até universitários para lecionar:
- Escola não é só para aprender a ler e escrever. É para aprender a pensar.





Educadores e a violência escolar

quinta-feira, 28 de abril de 2011

(por Jaqueline Figueiredo)
Estamos vivendo tempos amendrotadores em nossa sociedade, casos de violência com requintes de crueldade estão cada vez mais comuns em noticiários, e até mesmo o sistema educacional não está salvo disto, o massacre ocorrido na escola de Realengo no Rio de Janeiro foi o mais assustador de todos os casos ocorridos no Brasil, mas de certo que não é um caso isolado de violência e morte dentro de uma escola brasileira.
Nós enquanto educadores estamos inseridos profundamente neste contexto em que bandidos invadem escolas ou até mesmo alunos vão armados para sala de aula, atiram cadeiras, agridem, xingam, cometem bullying... somos vítimas então??? Não, na verdade somos agentes transformadores dessa realidade, temos o poder em nossas mãos de trazer a paz para dentro de nossas escolas. Reclamar e temer com certeza não é solução. Podemos sim criar projetos que estimulem a cultura paz, podemos observar nossos alunos com um olhar de quem vê um ser humano que muitas vezes precisa de ajuda e não simplesmente "deixar pra lá porque ele vai se tornar um bandido mais cedo ou mais tarde..." afirmações como esta eu, infelizmente, já ouvi de colegas professores.
Nosso material de trabalho é o mais delicado de todos: MENTES!!! Mentes estas que vão conduzir gerações futuras a total decadência ou ao sucesso de uma sociedade menos conturbada! É claro que nós educadores não podemos assumir sozinhos tal responsabilidade porém é fato (e até mesmo um clichê) que podemos fazer a nossa parte. Porque a sala de aula, assim como a casa, é um lugar de formação e nós educadores assim como os pais formamos seres humanos para o bem ou não...

Pesquisa feita na rede particular de SP revela que 15,4 % dos docentes cogitam largar a profissão por dificuldades na fala.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Um estudo inédito feito em São Paulo mostra que 63% dos professores da rede particular já tiveram problemas de voz.

A pesquisa, feita pelo Centro de Estudos da Voz em parceria com o Sindicato dos Professores de São Paulo, é o primeiro estudo epidemiológico que aborda o tema no país. Ele será apresentado hoje no Simpósio Internacional do centro, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Os sintomas mais apontados pelos docentes no levantamento foram garganta seca (51,7%), rouquidão (35,1%) e pigarro (35,1%).

Foram entrevistados 250 docentes do ensino particular de São Paulo, do infantil ao superior, e 250 profissionais de outras áreas. Enquanto no primeiro grupo mais de 60% disseram já ter tido problema vocal, o percentual cai para 38,5% no segundo grupo.

A metodologia foi a mesma aplicada pelo pesquisador Nelson Roy, da Universidade de Utah, dos Estados Unidos, no mais amplo levantamento de saúde vocal dos professores norte-americanos. Até o final do ano, a pesquisa brasileira irá abranger as redes pública e particular de todo o país.

"Como os professores trabalham com a voz o tempo todo, eles estão mais propensos a ter problemas", afirma a fonoaudióloga Fabiana Zambon, uma das coordenadoras do estudo.

Outra coordenadora da pesquisa, Mara Behlau cita os seguintes pontos que agravam a situação da voz dos professores: carga horária intensa, turmas numerosas, classes sem preparo acústico e falta de conhecimento técnico do uso da voz. "Para eles, é até uma associação direta o fato de ser professor e de ter problema de voz."

A docente de artes no ensino básico Marisa Cagno Ribeiro, 50, que já chegou a ficar três dias sem voz, tem outra reclamação. "Os alunos estão muito indisciplinados. Precisamos competir com eles e falar mais alto."

O problema vocal dos professores também foi analisado por um outro estudo, feito pela Unifesp, pelo Ministério do Trabalho e pelo sindicato dos professores. O trabalho, que envolveu 1.400 entrevistas com docentes da rede privada de ensino superior, será apresentado num congresso em setembro. Uma das conclusões é que 70% dos educadores têm chances de perder dias de atividade devido a problemas na voz.

"A variável que mais influi é o número de alunos por classe", disse o chefe do setor de Laringologia e Voz da Unifesp, Paulo Pontes, um dos organizadores.

Os problemas de voz nos professores chegam a ser tão preocupantes que 15,4% dos docentes afirmaram que pensam em largar as aulas devido às dificuldades com a voz, segundo a pesquisa a ser apresentada hoje na Unifesp.

"Isso preocupa. Em física e química já há escassez de professores", disse o presidente do Sieeesp (sindicato das escolas particulares), José Augusto de Mattos Lourenço. Ele afirma que o sindicato está promovendo oficinas específicas sobre o assunto.

Falta preparo vocal, afirma fonoaudióloga

No começo, Andrea Gomes Bedin, 35, sentia apenas uma rouquidão de vez em quando. Depois, isso se tornou freqüente e começou a incomodá-la a cada dois dias. No ano passado, como o incômodo não cessava, ela foi fazer exames. Descobriu, então, que já estava com três cistos nas cordas vocais.

"Fiquei assustada. Pensei em mudar de profissão", conta a professora de história do ensino fundamental de uma escola privada na zona norte de São Paulo.

Constatado o problema, Andrea procurou ajuda fonoaudióloga. Em uma parte do tratamento, a educadora teve de ficar três dias em total silêncio. Em outra, fez muitos exercícios de aquecimento e de relaxamento das cordas vocais. Além disso, precisou mudar hábitos. "Tomava gelado e falava depressa e alto, porque me empolgava na explicação."

Outra professora que teve problema vocal foi Marly Falconi Silva, 51, que leciona química em dois colégios particulares da capital paulista. No ano passado, ela chegou a ficar totalmente sem voz. "Dou aulas há 24 anos e, até então, nunca tinha recebido instrução de como usar a voz."

A fonoaudióloga Mara Behlau concorda com a reclamação. "A voz é o principal instrumento do professor. Ele recebe preparo pedagógico em sua formação, mas não aprende nada sobre o preparo vocal."

Behlau afirma também que o ideal é que os docentes já na ativa procurem auxílio fonoaudiológico como prevenção, antes de os problemas aparecerem.

Fábio Takahashi
Folha de São Paulo

III CIELA - Congresso Internacional de Estudos Linguisticos e Literários da Amazônia

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Congresso Internacional de Estudos Lingüísticos e Literários na Amazônia (CIELLA) é organizado pelo programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará (UFPA), programa misto nas áreas de Lingüística e Estudos Literários.

A terceira edição do evento – III CIELLA – ocorrerá no período de 18 a 20 de abril de 2011, em Belém (Pará).

O evento abrirá suas portas a um número máximo de 1000 participantes, entre estudantes do ensino médio, de graduação e pós-graduação, professores e pesquisadores de instituições locais, nacionais e internacionais, e profissionais de áreas afins, buscando instaurar um diálogo mais efetivo entre pesquisadores e outros atores sociais.

Atendendo a inúmeros pedidos, o prazo de 28/02/2011 e seus respectivos valores ficam transferidos para o dia 15/03/2011.

SESSÕES TEMÁTICAS: Foram definidos 12 subtemas em torno dos quais serão distribuídas as diferentes sessões temáticas, a serem organizadas por um coordenador, auxiliado por vice-coordenador (da mesma instituição ou não). Nelas, os participantes — professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação — poderão inscrever comunicações de resultados de pesquisas acadêmicas. O proponente, mediante um resumo da sessão temática (Times New Roman, 12, justificado, espaçamento simples, máximo de 500 palavras), enviará, inicialmente, 5 nomes, além do seu, e a organização do evento disponibilizará tais informações no site do evento, de modo a que outros pesquisadores possam juntar-se à sessão proposta. Cada apresentação terá duração de 20 minutos e haverá 10 minutos para discussão, devendo cada participante elaborar resumo individual. Prevê-se um limite entre 12 (mínimo) e 15 (máximo) pessoas por sessão.

Data limite: 30/12/2010.

Observações: As inscrições individuais serão disponibilizadas a partir de 01/01/2011 até 15/03/2011.

Endereço eletrônico para a submissão de propostas:
3ciella@gmail.com

Mais informações e valor das inscrições no site: http://www.3ciella.ufpa.br/

O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO (Jô Soares)

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!

É jovem, não tem experiência.

É velho, está superado.

Não tem automóvel, é um pobre coitado.

Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.

Fala em voz alta, vive gritando.

Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta ao colégio, é um 'caxias'.

Precisa faltar, é um 'turista'.

Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.

Não conversa, é um desligado.

Dá muita matéria, não tem dó do aluno.

Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.

Não brinca com a turma, é um chato.

Chama a atenção, é um grosso.

Não chama a atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.

A prova é curta, tira as chances do aluno.

Escreve muito, não explica.

Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.

Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.

Exige, é rude.

Elogia, é debochado.

O aluno é reprovado, é perseguição.

O aluno é aprovado, deu 'mole'.

É, o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

Para iniciar minhas venturas e desventuras nesse blog postei um texto dissertativo escrito por mim em 2009 abordando a questão da formação continuada de professores. Espero que sirva como fomentador de reflexão.


Reflexão exige ação


A questão da formação continuada de professores no Brasil ainda é muito discutida, devido ao fato de ainda não ter sua merecida importância no sistema educacional brasileiro.
Muitas pessoas proferem um discurso até mesmo demagogo relacionado à necessidade de professores críticos, reflexivos, transformadores, ativos, etc., sem ao menos conhecer o perfil deste tipo de educador.
O professor crítico e reflexivo é aquele, que, antes de tudo, consegue manter alinhadas, teoria e prática, entendendo a importância de ambas para o processo da formação pedagógica. “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão critica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a prática de amanhã.” (FREIRE, 1996, p 22). Desta maneira, podemos afirmar que apenas o pensar não basta para que o professor seja realmente atuante, é necessário um processo que implica em pensar – refletir – praticar, sendo que ao chegar ao último estágio do processo o professor deve voltar ao primeiro, realizando assim um ciclo em que o educador jamais se detém apenas à reflexão ou prática separadamente. Entretanto, ao tentarmos encaixar essas idéias ao contexto educacional brasileiro, vemos que a maioria dos professres não segue esse ciclo, isto é, não buscam sua formação continuada e são evidentes as razões para esse tipo de atitude: salários baixos, condições precárias para o ensino, etc. “A formação do professor é a segunda carência apontada pelo censo. Entre profissionais do ensino fundamental e médio, 17% não têm escolaridade mínima exigida para dar aula.” (ARANHA e BUSCATO, 2008, p 71).
A realidade mostra que há uma enorme necessidade de investimentos governamentais na educação, porém essa atitude se consolidará se os próprios educadores pressionarem as autoridades responsáveis por essa atitude, e nesse contexto surge, também, o professor que além de reflexivo e crítico de sua própria prática, é, da mesma forma, transformador de sua própria realidade, conhecendo a necessidade de sua formação continuada e lutando por ela. “Um professor, que trabalha com um produto extremamente perecível como o conhecimento, tem a obrigação de estar sempre atualizado.” (LEFFA, 2001)
Educar vai muito além dos limites dos livros e da sala de aula. Educar exige comprometimento social do educador, não somente como aquele que domina o conhecimento, mas também como aquele que o mantém vivo.